Presidente Jair Bolsonaro na última sexta-feira 19/02/2021, pede a cabeça do atual presidente da Petrobrás Roberto Castello Branco e indica general Joaquim Silva e Luna para ocupar o cargo. Decisão de Bolsonaro foi tomada após sucessivos aumentos de preços dos combustíveis no Brasil, que só em 2021 acumula alta de 30% num ambiente de alto desemprego, queda no PIB de 2020, elevado endividamento público e privado. A atual política de preços de combustíveis foi instituída em 2017 no governo Temer, um ano antes da greve dos caminhoneiros que parou o país por quase duas semanas. Na ocasião escrevi um artigo criticando a decisão que busca manter a divisão dos lucros e dividendos para acionistas da companhia e encarecendo um dos principais insumos da matriz energética do país.
Segue artigo escrito em maio de 2018, que reflete exatamente a realidade de hoje. Além do questionamento sobre a precificação dos combustíveis, falo da condenação do ex-presidente Lula, que pode neste ano, ter sua condenação anulada se for considerada a suspeição do ex-juiz Sérgio Moro pelo STF no julgamento do processo.
Artigo de 2018
O Governo Temer há aproximadamente 1 ano, muda política de precificação de combustíveis no mercado interno brasileiro. Os preços passam a acompanhar estritamente as cotações do barril de petróleo no
mercado internacional. Com isso esse insumo fundamental para a economia, vem tendo sucessivos aumentos de preço, junto com a valorização de ação Petrobrás. Valor da ação mais do que dobrou em um ano, chegando a R$27,00 na semana passada, depois do último aumento no preço do combustível.
Taxa SELIC vem caindo gradativamente na busca de recuperação da atividade produtiva, fator que contribui para valorização do dólar e, consequentemente, aumento do preço do petróleo cotado na moeda
americana. Ou seja, Brasil patina para sair de uma recessão à mercê da cotação do dólar e preço do barril de petróleo internacional, variáveis extremamente voláteis com pouco poder de atuação por parte do governo no mercado internacional.
Enquanto essa tramitação ocorria, via Temer, Meirelles e cúpula da Petrobrás, o brasileiro da família de bem junto com a Globo, Globo News, Veja, MBL e outros, enalteciam o juiz Sérgio Moro, pela condenação do ex-presidente Lula em um processo cheio de controvérsias jurídicas, segundo especialistas no assunto. Diante disso, a mídia cumpriu, mais um vez, seu papel com maestria em direcionar a atenção de seu telespectador para um assunto em detrimento de questões econômica e faz a população sofrer para
sobreviver hoje.
(SANTOS, 2018).