Para se ver como a carência é contraproducente

Por Carlos Fernandes

Para se ver como a carência é contraproducente – por Carlos Fernandes

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Imagem: reprodução da internet

Para se ver como a carência é contraproducente

Confrontados com o desnecessário e despolitizante endeusamento de uma médica bolsonarista que disse o óbvio, os carentes apelam para uma inverdade, eufemismo para não dizer mentira.

A lógica agora é afirmar que se não conquistarmos as pessoas que votaram 17 nas eleições de 2018, fatalmente perderemos.

A “conta” que os arautos fazem é absurda sob todos os pontos a começar pela premissa inicial.

A saber, a de que Jair Bolsonaro obteve a maioria absoluta dos eleitores no último pleito presidencial.

Por pontos.

1 – Bolsonaro não ganhou porque a maioria dos brasileiros aptos a votar optaram por ele.

2 – O número de brasileiros que não votaram em Bolsonaro em 2018 é muito maior do que o número de brasileiros que votaram no genocida.

3 – Dado o exposto nos dois tópicos acima, mantida a proporção de não votantes em Bolsonaro, conquistando-se os votos brancos e nulos, somados obviamente aos que naturalmente temos, já seria mais do que suficiente para defenestrarmos o monstro que ora ocupa a cadeira presidencial.

4 -De tão óbvio não deveria ser preciso dizer, mas sim, vivemos tempos em que o óbvio precisa ser dito, então dizemos. Todo voto conquistado de Bolsonaro para uma candidatura progressista conta muito e é de extrema importância.

5 – O que não quer dizer que os “arrependidos” precisem ser alçados à condição de heróis. Sua vinda é bem vinda, claro. Mas não precisamos nos ajoelharmos .

6 – Sobretudo quando sequer temos certeza se de fato trata-se de um “arrependimento”.

7 – A parte isso, sou da opinião que toda pessoa que tenha reavaliado o seu voto no genocída é motivo de alegria para todos nós e deva ser devidamente acolhida.

8 – O que não quer dizer em absoluto que essa pessoa agora deva ser vista como o farol de Alexandria para toda a esquerda.

9 – Lembrem-se, quando todos nós avisáva-mos o que seria o governo Bolsonaro, essas mesmas pessoas, seja por desinformação, preconceito, alienação ou o que quer que seja, nos criminalizava com as velhas “opiniões formadas” já muito sabidos por todos nós.

10 – Sei que estamos todos muito carentes por um pingo de normalidade, mas não deixem a emoção de ver uma bolsonarista nata afirmar que a terra é redonda turvar nossa visão.

Fora tudo, de novo imploro, não difundam a ideia falsa de que Bolsonaro teve a maioria dos votos dos brasileiros em 2018.

Para além de demonstrar a miséria na análise polìtica, denuncia um pouco a falta de familiaridade com a tabuada.