Meu Professor Caiu Na Net

Que a universidade se pinte de povo !

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sobre o projeto

MANIFESTO - DA CRIAÇÃO

“Meu Professor Caiu na Net” são espaços (plataforma e redes) de divulgação cientifica, filosófica e política, de caráter militante-jornalístico-educacional, que tem como recorte e objetivo reunir e divulgar conteúdos e reflexões produzidas por professores, cientistas, pesquisadores e estudantes brasileiros que, à luz do conceito de “intelectuais orgânicos do povo”, frente aos intelectuais às classes dominantes, dão a cara a tapa nessas trincheiras caóticas em tempos de redes sociais e “guerras híbridas” para produzir e socializar conteúdos de cunho informativo e formativo, científico-filosófico, educativo-cultural e político-crítico nas mídias sociais – em diálogo com o contexto sócio histórico e político do país e do mundo.

Esta página é um convite aberto aos professores e professoras, e todos os demais intelectuais do povo desse país, para que extrapolem suas atividades restritas às universidades, unidades escolares, diretórios e afins, e venham ocupar também as redes sociais, divulgar o conhecimento, debater o país, interagir, militar, dialogar e se conectar com povo Brasileiro. Temos como recorte e objetivo¸ reunir e ajudar a divulgar os conteúdos de interesse público pertinentes ao povo, produzidos e compartilhados por vocês.

Vale-se também esse espaço para divulgação e interação mútua com o jornalismo, jornalistas e mídias independentes e alternativas que trabalham com ética para a construção de uma sociedade que descentralize e democratize a informação. Ao passo que, de mãos dadas com as universidades, crie maneiras de oferecer acesso a informações fidedignas e munição crítico-informativa e emancipatória ao povo, frente às narrativas da imprensa hegemônica e de outros intelectuais orgânicos às classes dominantes do país e do mundo.

A finalidade dessa página é chamar a atenção para a importância de todos intelectuais do povo ocuparem os meios digitais de comunicação e principalmente as redes sociais. E, sobretudo, analiseram de forma crítica para a compreensão de como essas “trincheiras políticas” funcionam e operam sobre nós, a sociedade e a (Geo) política.

Temos uma posição bem crítica às redes sociais, seja pelo seu modus operandi comercial e como suas “teias” são programadas para roubar nossa atenção a todo momento, seja por coletarem e fazerem mal uso (crimes) de nossos dados pessoais, seja por se tratarem de oligopólios financeiros que são mega concentradores de renda e poder, ou, seja por se tratarem muitas vezes de grandes instrumentos de guerra geopolítica, muito utilizado por Estados e grandes corporações financeiras em tempos de “capitalismo de dados” no tabuleiro geopolítico contemporâneo, como já ficou bastante evidente com os acontecimentos revelados nos últimos anos sobre essas relações, como o que mais ganhou evidência na mídia, a eleição de Trump, em 2016, com o famoso caso envolvendo a Facebook e a empresa britânica Cambridge Analytica.

Mas, achamos também que, nesse momento, não tem como simplesmente abandoná-las e deixá-las ainda mais nas mãos da extrema direita enquanto o número de usuários dessas redes no Brasil não para de crescer, sobretudo, nas classes populares, que são bombardeadas por planos de internet onde só tais redes sociais são livres do uso de dados pago (Ou seja, para muitas pessoas, internet hoje se resume a essas redes e as informações que nelas encontram).

Por isso, achamos que deve compor nossas pautas de lutas, toda práxis no sentido de combate a esse capitalismo de dados que, em certas instâncias, são protagonizados por essas principais redes sociais no espaço virtual, o que está matando as sociedades e as pessoas em vários os sentidos. Acreditamos que cada militante e todos intelectuais orgânicos às classes subalternas – em nosso recorte para divulgação: os professores e pesquisadores brasileiros, por exemplo – ocupem as redes sociais, seja ela qual for, da forma que der, se assim o puder fazer.

Contudo, essa página não se trata exclusivamente de conteúdos educacionais, mas de informação e formação politica, que acompanha o desenrolar dos fatos políticos e socioculturais do país e do mundo à luz de uma perspectiva crítica, cientifica-filosófica e popular-revolucionária.

JUSTIFICATIVA

Hoje, as ditas redes sociais, são inevitáveis “trincheiras” para diversos conflitos políticos, morais e socioculturais no que tange a construção da opinião pública. Sendo assim, não podem ser menosprezadas pelos intelectuais orgânicos que, comprometidos com os interesses das classes subalternizadas, atribuam função tática-estratégica aos meios digitas de comunicação para se colocar de forma combativa e pedagógica, frente aos processos de luta por uma sociedade mais justa nos embates de narrativas travados nesses meios. Trata-se de um momento histórico da humanidade, em que há muitas possibilidades de produção e socialização de narrativas textuais e audiovisuais. Sobretudo, de forma mais independente dos oligopólios midiáticos e do jornalismo tradicional.

Assim sendo, é urgente que, diante do cenário que estamos expostos, possamos desenvolver ações populares e coletivas de combate nas redes sociais que contribuam para vencer os prejuízos causados por toda essa manipulação da opinião pública, anticientificísmo, noticias falsas, fundamentalismos, charlatanismos, propagandismos e outros males históricos que voltam a assombrar as sociedades modernas. Porém, hoje, em escala industrial, com o suporte ferramental dessas novas mídias virais, dessa nova dinâmica de comunicação das redes sociais, da guerra híbrida global, que, através do modus operandi dessas redes sociais permitem todo um esquema que vai desde Fake News, roubo de dados, psicologia social para manipulação de comportamentos (em psicográficos de dados), a “revoluções coloridas” (Leia-se tentativas de golpes de Estado), que descambam nas ruas impulsionadas por essas estruturas virtuais.

Estruturas essas, sustentamos, metodologias que às classes dominantes vem usando para possibilitarem a manutenção do status quo vigente em tempos de crise orgânica do capitalismo global, onde, para isso, vem ocasionando a eleição e a tomada de poder de vários governos conservadores e autoritários ao redor do globo nos últimos anos, como Bolsonaro aqui no Brasil.  

Portanto, esse espaço de comunicação tem por finalidade ser combativo aos conteúdos manipuladores divulgados nas redes sociais, assim como (nunca esquecendo) aos conteúdos controlados e filtrados pela “mídia hegemônica brasileira” que, historicamente, concentra a retórica midiática nas mãos de 5 famílias no Brasil, atentando constitucionalmente contra a pluralidade de ideias e a democracia.

Nesse sentido, sustentamos que, apesar dos sistemáticos ataques que as universidades e professores vem sendo alvos nos últimos anos, um estudo da organização alemã “GfK Verein” (2016), que mediu o nível de confiabilidade e reputação de diferentes profissões no Brasil e no mundo, os professores no brasil, até 2016, apresentavam o maior índice de confiabilidade do país com 87% de aprovação, o que pode indicar que, como figura pública atuando nas redes sociais, o professor tem condições de participar de forma significativa nos debates e no processo de formação da opinião pública, e contribuir para democratização da informação, do conhecimento cientifico, e na promoção do acesso popular a literatura critica que emancipe intelectualmente o povo. Para que isso aconteça, julga-se que as instituições de ensino e os acadêmicos precisam estar literalmente conectados com as plataformas em que as pessoas, de fato, estão presentes nos dias atuais.

Embora a redes sociais traga certo receio, com razão, para muitos intelectuais, há de se colocar que se trata de um oligopólio global, por onde mais da metade da população do planeta “se conecta”, portanto, ainda se trata de uma importante plataforma de publicação e comunicação popular que se tornou uma ferramenta vital para a militância politica dos dias atuais ao redor do globo – seja na organização de greves, protestos, mobilizações estudantis, divulgação cientifica e tantas outras possibilidades em função da praticidade de organização e comunicação.

Se Gramsci fosse hoje vivo, como será que compreenderia todo esse aparato de comunicação a qual estamos expostos enquanto classe dominada? Qual a importância que depositária em razão de fazer as disputas de ideias por hegemonia cultural nessas redes sociais? Enquanto, claro, o quadro assim fica desenhado em nosso tabuleiro político impostos por essas “trincheiras” que estão nas mãos das classes dominantes, e que ainda estamos começando a aprender a lidar e a combater seus males.

Nessa perspectiva, a ação materializada nessa página, espera chamar a atenção das universidades, jornalistas, docentes e discentes brasileiros para a reflexão sobre o tema – vislumbrando criar maneiras não só de refletir e agir no sentido de conectar cada vez mais nossos “intelectuais orgânicos do povo” para com as funcionalidades da práxis politica e de comunicação efetiva no campo de ação delimitado pelas mídias sociais, mas também a pensar em modos de superação desse sistema hiper vigiado, desregulado e manipulado a qual estamos expostos.

Cabe ressaltar que nenhuma imagem televisiva ou midiática pode substituir o envolvimento direto do intelectual com as lutas sociais, nenhuma reengenharia educativa substitui a relação mestre-aluno, porém, o intelectual popular, deve também alcançar as fronteiras mais avançadas do conhecimento e da tecnologia sem nunca perder a referência às lutas hegemônicas da sua classe (SEMERARO, 2006).

No Facebook, Youtube e Twitter, já são centenas de “professores do povo”, das mais diversas universidades do país, que a página já mapeou para acompanhar e divulgar seus conteúdos. Também outras centenas de canais e páginas nessas mesmas redes, de pessoas e/ou grupos que fazem ótimos trabalhos de divulgação e comunicação contra hegemônica.

Porém, o que ainda vemos, são atuações e conteúdos ótimos, mas, colocados nas redes de forma “aleatória”, dispersa, sem organização coletiva e diálogos para uma atuação e comunicação mais efetiva e abrangente nas redes, pelos nossos intelectuais orgânicos do povo. Muitos nem se conhecem para trocar experiências e divulgar uns aos outros. Achamos que estabelecer essas pontes para refletir sobre como atuarmos por essas bandas, é uma tarefa para ontem, frente a máquina de propaganda já estruturada da direita e da extrema direita que está a todo vapor nas redes sociais causando um grande estrago histórico no tecido social brasileiro.

Ajude-nos nessa causa com sua participação e compartilhe essa ideia.

INTELECTUAIS DO POVO, 𝐔𝐍𝐈-𝐕𝐎𝐒 𝐀𝐎 𝐏𝐎𝐕𝐎!

SEJAM BEM VINDOS!