O entusiasmo do capital, do Centrão e de grande parte da mídia com a “solução” da crise

Por Luis Felipe Miguel; Charge de Gomez

O entusiasmo do capital, do Centrão e de grande parte da mídia com a “solução” da crise – por Luis Felipe Miguel; Charge de Gomez

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Imagem: charge de Gomez

O entusiasmo do capital, do Centrão e de grande parte da mídia com a “solução” da crise só comprova que o que eles querem é que Bolsonaro lhes dê uma desculpa, por mais fajuta que seja, para continuarem juntos.

Não importa que já existam experiências de sobra para provar que os acenos de Bolsonaro à moderação não valem um tostão furado.

Não importa que um par de horas depois ele já estivesse com as ameaças, insinuações e grosserias de sempre, na famosa laive.

Muito menos importa que os fatos sejam graves demais para que um mero pedido de “escusas”, como diria Sérgio Moro, resolva a situação.

Aliás, se fosse para Bolsonaro pedir desculpas por todos os crimes que cometeu no exercício da Presidência, a notinha de Temer não teria apenas dez itens. Seria mais parecida com um daqueles antigos catálogos telefônicos.

Ainda não é possível saber exatamente qual era o plano do capitão e precisamente onde e porquê se instalou a fissura entre ele e sua base radicalizada. Tenho visto muitas especulações, algumas razoáveis, outras nem tanto, e também narrativas detalhadas que, na ausência de outras evidências, só posso considerar que são, ao menos em parte, fantasiosas.

Mas uma coisa é evidente: Bolsonaro está apostando na ampliação das tensões, em gerar as condições para melar as eleições, na intimidação de seus adversários. Este é seu plano A.

Por isso é necessário atingir novamente Bolsonaro, com força, agora que ele está mais fragilizado, e avançar na direção da sua destituição. Cabe ao Supremo agir como Supremo, não fazer cartas de repúdio…