Como explicamos no primeiro conteúdo desta série, as Redes Sociais são um problema grave – e tardiamente percebido, que já nos trouxe enormes consequências políticas e sociais.
Antes, durante e após a eleição de 2018 no Brasil, os níveis de desinformação, notícias falsas e ataques as reputações atigraram níveis nunca vistos antes em nossa história, e serão pautas de pesquisas e artigos por muito tempo.
Somente nesse contexto que à época era considerado “urgente”, começaram a nascer nas Redes Sociais os primeiros meios de comunicação, ou flerte dos da elite, com posições mais “independentes” e “progressistas” – infelizmente muitos deles usando também das estratégias baixas de desinformação, ataques, roubo de conteúdo e competição selvagem.
O engajamento e a militância nas redes para estes, porém, não veio com a mesma força que para os que venceriam mais tarde a disputa eleitoral.
De lá até aqui pouco mudou, segue sendo um desafio enorme engajar nossa militância, nas ruas tradicionalmente muito fortes, em projetos virtuais.
Segue difícil divulgar e ser divulgado nos canais de comunicação dos nossos meios e grupos.
Nós como projeto, apesar de hoje em dia alcançarmos resultados como a possibilidade de termos contribuído com a reprodução de uma denúncia de estudantes em um portal da elite, vemos cada curtida, comentário e compartilhamento que andamos conseguindo, vir a custa de muito esforço e frustração. Mas convenhamos, ninguém aqui precisa competir por atenção. Há espaço para todos e os seguidores não precisam ser exclusivos.
Não cai o dedo ajudar, não custa dinheiro e traz resultado efetivo.
Para diversos outros projetos e pessoas públicas, excessos de identitarismos, cancelamentos e a “morte dos argumentos” – como definiu o professor Daniel Omar Lopez – tomam mais o nosso tempo do que a criação, leituras, curtidas, comentários e compartilhamentos dos conteúdos e projetos combativos, progressistas e revolucionários.
Sendo que a união, conciliação e debate construtivo e acessível, aliados a essas ações simples das Redes, talvez nos trouxesse muito mais resultados e ajudasse a alcançar mais pessoas – principalmente da base.
Também afirmamos enquanto projeto, no texto que define o Meu Professor Caiu na Net, a importância dos intelectuais do povo deixarem os receios de lado e passarem a ocupar as redes, produzindo e socializando conteúdos acessíveis, para romper as barreiras das Universidades, salas de aula ou quaisquer grupos restritos de formação educacional e política.
Desde pouco antes de 2013 – ano dos protestos e provável escolha histórica como ‘início’ do ciclo que vivemos hoje – as Redes já apresentavam alcance e potencial de manipulação da opinião pública, com crescimento exponencial. Isso foi muito bem observado e descrito em artigo de 2014 da professora Valmaria Lemos da Costa Santos e do professor José Erimar dos Santos:
As redes possibilitadas pela internet estão sendo usadas, gerando novas maneiras de participação política, novas formas de entretenimento, novas formas de contato social etc., sendo um fato que suas estratégias precisam ser discutidas em ambientes formais de ensino, uma vez que diversos aspectos da existência humana, neste período técnico-científico-informacional, encontram-se sobre influência dessas ferramentas, dentre eles a organização política dos cidadãos quanto à luta por melhorias sociais;
SANTOS, V. L. C.; SANTOS, J. E.
LEIA e CONHEÇA TAMBÉM:
Politize! – Notícias falsas e pós-verdade: o mundo das fake news e da (des)informação por Carla Mereles e Isabela Moraes
Entretanto, infelizmente as forças progressistas tardaram em perceber o potencial das redes e a necessidade de ocupá-las; É possível que o receio e o desconhecimento sobre as melhores práticas, possam ter contribuído com o processo.
A direita fascista, aliada aos liberais percebeu, aceitou e aprendeu a usar as Redes Sociais com eficiência antes de nós.
Os “infames” memes, por exemplo, hoje sabemos que dialogam muito bem com a base, surgiram com muito mais força por lá, onde segue como base de comunicação, mesmo que seja para desinformar.
E foi a base que elegeu Bolsonaro, enquanto nós insistimos em “textões” cheios de disputa de ego e intelectualidade, nada acessíveis.
Entendido, assimilado e usando a raiva que isso gera como energia, decidimos usar nosso site para além da plataforma de divulgação de professores, também para centralizar e divulgar gratuitamente iniciativas progressistas que, assim como a nossa, estão “começando” e batalhando por engajamento, alcance, visibilidade, parcerias e militância.
Você pode encontrar esse projetos em qualquer página deste site, nas sessões CONHEÇA TAMBÉM ao final, caso esteja em um celular ou tablet ou aqui do lado direito, caso esteja em um computador pessoal. A parceria é totalmente voluntária !
Tem algum projeto desse tipo, e quer divulgar aqui, dessa forma? Manda um oi nas nossas redes! Na medida que nossos parceiros forem crescendo, vamos rodar os anunciados e queremos conhecer mais projetos do bem !
DESTAQUE
Canal Conversações Filosóficas de Caio Souto
Além dos memes, os vídeos também se apresentam como uma alternativa poderosa para dialogar com a base, se comparados aos nossos “textões”.
Em artigo de 2009, o professor João Mattar conclui:
GIBSON et al (2007) defende que os modelos de design instrucional que surgiram antes dos games e das ferramentas de simulação precisam não apenas ser atualizados, mas totalmente refeitos.
O uso de vídeos em EaD, e principalmente de ferramentas informais como o YouTube, possibilitam um design instrucional renovado, capaz de engajar os nativos digitais. Como foi demonstrado, esses recursos devem ser integrados a educação de uma maneira criativa para contribuir no aprendizado.Pesquisas sobre o uso de vídeos online em educação são, nesse sentido, essenciais para fundamentar uma EaD inovadora. É imprescindível, portanto, que elas se multipliquem, inclusive para avaliar como é possível superar as barreiras indicadas para a integração adequada de vídeos em EaD.
MATTAR, J
Por esse motivo, além de clamar por mais engajamento de quem quer contribuir para democratização da informação e justiça social, parabenizo o professor Caio Souto pelo projeto e recomendo imensamente que nossos seguidores também se inscrevam, assitam, curtam, comentem e compartilhem e falem sobre o canal Conversações Filosóficas .
O Doutor em filosofia traz neste projeto, com mídia, dinâmica, linguagem, acessibilidade e conteúdos singulares, uma proposta similar a nossa: divulgar outros professores e ciências.
Usando as populares “lives”, em outra Rede Social muito importante e ainda ocupada por reacionários, o professor traz durante os vídeos situações de troca muito importantes, como as que ocorrem nas salas de aula – apesar de não as substituírem – por se colocar como discípulo atencioso na ciência do convidado, e mestre ao contextualizar com referências e sabedoria, dentro da filosofia.
VEJA A AGENDA DA SEMANA E 5 VÍDEOS EM DESTAQUE
Após ter o privilégio de encontrar o canal, assistir e aprender muito com os professores, escolhi 5 vídeos dentre os que vi ou comecei, para destacar.
Mas por favor, não deixem de procurar outros ! Existe um mundo pleno de conhecimento lá: