Sobre o silêncio de Jair Bolsonaro diante dos 500 mil mortos por COVID-19

Por Kátia Gerab Baggio

Sobre o silêncio de Jair Bolsonaro diante dos 500 mil mortos por COVID-19 – por Kátia Gerab Baggio

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Imagem: reprodução da internet

Sobre o silêncio de Jair Bolsonaro diante dos 500 mil mortos por covid-19 (até a noite de domingo, 20 de junho):

Não espero nada de positivo do sujeito que ocupa a cadeira presidencial. E nem de ninguém do seu desgoverno. Nunca esperei, desde 1º de janeiro de 2019.

Mas o silêncio de Jair Bolsonaro diante dos 500 mil mortos por covid-19, uma doença que ele minimizou desde o início da pandemia, iniciada no Brasil há um ano e três meses, é absolutamente simbólico de sua postura de desprezo pela população de seu próprio país.

Bolsonaro não tem nenhuma estima pela população brasileira. Estima apenas os que o seguem e gritam “mito”.

Jair Bolsonaro sempre foi um sujeito desprezível, ao longo de toda a sua vida política, iniciada em 1988 (quando foi eleito vereador da cidade do Rio de Janeiro), há mais de três décadas, oscilando entre o medíocre, sem qualquer relevância política, e o extremista de direita visivelmente desequilibrado.

Mas um presidente se recusar a lamentar a perda de mais de 500 mil vidas do seu próprio país, uma verdadeira tragédia nacional, é algo absolutamente chocante. E sem precedentes.

Como Bolsonaro se nega a admitir que esse número de mortos seja real — e provavelmente subestimado, segundo muitos epidemiologistas, em razão da subnotificação —, não surpreende que se cale diante desse horror.

Mas não podemos normalizar o que é absolutamente anormal.

Ter um sujeito desprezível como Jair Bolsonaro na Presidência da República não é admissível, não é aceitável. Nunca foi.

P.S.: Na segunda, 21 de junho, dois dias depois do Brasil ter atingido 500 mil mortes por covid-19, Bolsonaro, em entrevista, afirmou: “Lamento todos os óbitos, muito. Qualquer óbito é uma dor na família”. Mas não houve uma fala em rede nacional, uma nota ou decretação de luto oficial, nada que seria esperado de um presidente que mereça ser assim chamado. Ao final da entrevista, agrediu jornalistas e mandou uma repórter “calar a boca”. Mais da mesma indignidade nas atitudes desse sujeito.