Mesmo se o Jones Manoel estivesse errado

Por Hugo Albuquerque

Mesmo se o Jones Manoel estivesse errado – por Hugo Albuquerque

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Imagem: reprodução da internet

Mesmo se o Jones Manoel estivesse errado em festejar a eventual morte de Bolsonaro, e ele não estava, na medida em que o governo respondeu com uma agressão racista, ele passaria a estar certo. Isso ensina algumas coisas:

A maneira como Jones colocou o governo em xeque comprova uma coisa: o modo que a esquerda mais institucional e a centro-direita agem em relação a Bolsonaro é ineficaz, ao oferecerem a outra face a um adversário que deveria ser expulso a chibatadas do Templo.

Sim, a referência à moral cristã que eu fiz é para mostrar que tucanos “democratas” e o grosso da esquerda não entenderam a própria moralidade cristã que tentam reproduzir no trato a Bolsonaro: o Bolsonarismo é uma arma pronta a neutralizar isso.

Bolsonaro está pronto a se vitimizar diante dos ataques, culpabilizar oprimidos e atacar sempre que pode. Ele está fora de parâmetros éticos para poder ser moralmente compelido – e nem o cristianismo em si acredita nisso, senão o Vaticano não manteria ali a Guarda Suíça.

O Bolsonarismo só pode ser atacado, sabotado, não normalizado, seja pelo viés que a centro-direita tentava inicialmente, “domesticar” ele, ou sendo democrático com ele como oposição, mesmo que ele não faça um governo democrático.

O resultado é que nem Bolsonaro foi domesticado, nem foi digamos “democraticamente vergado”. Possivelmente, pode sabotar as eleições do ano que vem se as disputar, uma vez que não tem mais grandes chances.

É esse erro de fundamento que nos trouxe até aqui. Isso está presente mesmo em polemistas contundentes como um Reinaldo Azevedo, muito mais agudo na oposição que boa parte da esquerda,. E daqui não vamos sair, a menos que passemos a tratar fascistas como fascistas.