GOLPISTAS BUSCAM SAÍDAS

Por Gilberto Maringoni

GOLPISTAS BUSCAM SAÍDAS – por Gilberto Maringoni

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Imagem: reprodução da internet

Fico pensando na lógica dos chefes militares brasileiros. Na tarde da quarta, deram uma trucada na CPI e nas instituições. Planejavam assustar a todos. O tiro saiu pela culatra e caíram no ridículo.

Qual o movimento esperado depois de uma mega ameaça como a da nota divulgada? No mínimo a decretação de um novo AI-5, prisão de opositores, fechamento do Congresso e do STF e censura à imprensa. Como não têm força, prestígio ou coesão interna para uma cartada desse tipo, a ameaça virou bravata vazia.

Praticamente todos os setores democráticos foram unânimes em condenar a chantagem. O Correio Brasiliense adendou informação ao imbróglio. No dia anterior, houve reunião do bando dos quatro com o presidente, mais o folclórico general Heleno – o vice rei de Porto Príncipe -, Onyx Lorenzoni e outras figuras exóticas. Para discutir o que? A ameaça do comunismo sobre nossas famílias. Sim, estamos em plena Guerra Fria!

Certamente, o que move essa escumalha é a percepção de seu isolamento, do crescimento dos protestos públicos e do derretimento de Bolsonaro em todas as pesquisas. Na sondagem da XP, não apenas Lula dá uma surra no boçal em todos os cenários, como Ciro e Moro o bateriam num hipotético segundo turno.

A gorilada tem agora basicamente duas opções. A primeira é ficar com o genocida e partir para o golpe. Podem ter sucesso ao seguirem a senda boliviana, contando com milícias dentro e fora dos aparatos de segurança. Mas é duvidoso que logrem estabilizar um novo governo.

A segunda é tentar desembarcar. O recuo militar é empreitada das mais difíceis. Cito a retirada da Laguna – contada em livro por Alfredo d’Escragnolle Taunay – logo no início da guerra da Tríplice Aliança. Um destacamento do Exército brasileiro foi humilhado pelos paraguaios e de 3 mil soldados presentes na ofensiva, apenas 700 voltaram.

A humilhação que sofrerão é certa na retirada de um governo no qual mergulharam com avidez incontrolada. Nos dois casos, sairão com a imagem para lá de enlameada.

Por isso, falam grosso agora, tentando reduzir os inevitáveis prejuízos. No fundo, é para encobrir um infindável murmúrio de mimimis.