O genocídio parecia não ser suficiente, era preciso um escândalo de corrupção associado a pandemia

Por Daniel Pinha

O genocídio parecia não ser suficiente, era preciso um escândalo de corrupção associado a pandemia – por Daniel Pinha

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Imagem: reprodução da internet

O genocídio parecia não ser suficiente, era preciso um escândalo de corrupção associado a pandemia. Agora veio, no caso da Covaxin.

O impeachment sempre foi um instrumento de pressão política do Parlamento em relação ao Presidente. Desde 2016, quando o Congresso derrubou Dilma sem crime de responsabilidade e depois não derrubou Temer com crimes e provas em abundância, as chamadas “condições políticas” se tornaram critério decisivo (eu diria exclusivo) para avançar algum processo de impeachment.

Por isso eu nunca acreditei que um congresso eleito em 2018 fosse capaz identificar “condições políticas” para avançar em um processo contra Bolsonaro.

Mas, voltando ao ponto: além do genocídio, o governo Bolsonaro praticou corrupção na compra de vacinas, usou o Estado para favorecimento de interesse particular, nos termos que os bolsonaristas entendem (e dizem condenar). Sendo claro: roubou enquanto o povo morria de Covid e de fome.

Do ponto de vista dos parlamentares, isso altera as “condições políticas” a ponto de gerar impeachment? Por um lado, a “cabeça” de Bolsonaro agora daria chance deles construírem outro nome para 2022. Por outro, a crise gera neles a expectativa de poder controlar um cambaleante governo Bolsonaro. É isso que está em jogo agora, considerando que os crimes e as provas já não importam mais – aliás, isto é a crise!