Sobre o fracasso da micareta golpista

Por Pablo Villaça

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Imagem: reprodução da internet

Há gente que ainda não entendeu a dimensão do fracasso da Cornofest de hoje. Eles planejaram esse dia por dois meses, investiram dinheiro pesado (fretando 243 ônibus para levar gente do Brasil todo pra concentrar em Brasília e na Paulista para sugerir uma “multidão”, por exemplo), repetiram infinitas vezes em redes sociais, canais de Telegram/Whatsapp e sites da direita a importância de uma presença colossal nas ruas e… Brasília foi um fracasso e a Paulista nem fez cócegas nas megamanifestações.

A própria PM de São Paulo (que, convenhamos, tinha todos os motivos para inflar os números) fez uma estimativa de cerca de 110 mil pessoas na Paulista – e os organizadores da manifestação reconheceram que tiveram em torno de 6% das pessoas que esperavam. 6%. Seis por cento. Seis.

Eles precisavam de uma demonstração de popularidade que estivesse além de qualquer interpretação subjetiva. Fizeram de tudo pra alcançar números que tornassem impossível dizer que as manifestações floparam. Não conseguiram. Com todo o tempo que divulgaram e o dinheiro investido, falharam. E no restante do país, o fracasso foi ainda mais completo.

No final das contas, ficou patente que a Bolsonaro só restaram aqueles mesmos fanáticos que já o apoiavam desde sempre. E que, mesmo mais numerosos do que a evolução humana suporia, ainda são MUITO minoria.

O genocida miliciano corno precisava hoje de uma demonstração de força inequívoca. Falhou vergonhosamente. E o desespero foi refletido no discurso mais radical e fascistoide feito até hoje.

E é bem provável que, com isso, tenha se complicado ainda mais. Não é à toa que até o PSDB e Dória, covardes como são, finalmente falaram pela primeira vez em impeachment – não porque desta vez o miliciano tenha “passado do limite” (isso já aconteceu há tempos), mas porque agora perceberam como ele está fragilizado.

Bolsonaro planejou o 7/9 como sua apoteose, mas conseguiu apenas escancarar como está enfraquecido.

Isso não quer dizer que não represente perigo. Representa. Um sociopata se torna ainda mais perigoso quando se vê encurralado. E ele sabe que seus crimes e os de seus filhos podem levá-los à cadeia.

Mas hoje ficou claro que é um perigo que podemos derrotar.