Tenho tentado entender este apelo recorrente da necessidade de volta às aulas presenciais, ignorando-se os riscos de contaminação que esta decisão envolve, vindo de vários lugares e “sujeitos”.
Penso que há ordens distintas de demandas e, consequentemente, nossas respostas precisam ser diferenciadas:
Arrisco sumariza-las, inicialmente:
1. No topo da lista está o interesse das escolas privadas mercantis que temem perder “clientes”, se mães e pais considerarem matricular seus filhos na escola pública- tal como a classe média faz na maioria dos países- e “complementarem” com aulas e pesquisas online.
2. Na mesma medida, o setor empresarial produtivo quer convencer a sociedade de que a produção e a circulação de mercadorias precisam voltar à normalidade e portanto, necessita que as escolas cumpram seu papel de “guarda de crianças e adolescentes”.
Como derivativos destes movimentos temos a repercussão para as famílias.
E aqui podemos, novamente, diferenciar:
4. As mães e pais da classe trabalhadora que estão sendo obrigadas/os a manter sua atividade laboral e, de fato, não têm com quem deixar seus filhos e filhas.
5. As mães e pais das classes médias e altas que não sabem como lidar com seus filhos
em casa, seja porque estão em homeoffice, seja porque nunca se prepararam para esta convivência tão intensiva.
Para cada uma destas demandas, há uma resposta diversa e uma alternativa possível.
Mas, nenhuma delas envolve expor milhares de crianças, adolescentes e profissionais da educação ao risco de contágio.
Volta às aulas presenciais só com imunização!