Leio na coluna de Ancelmo Gois (O Globo) que o presidente da Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan), Eduardo Eugênio Gouvêa Vieira, não quer assinar um manifesto de cerca de 200 altos empresários – liderado pela Fiesp e Febraban – pedindo “harmonia e diálogo entre os poderes”. E “equilíbrio” por parte de alguns agentes públicos. “A Praça é dos Três Poderes” é o título.
Pois mesmo a um texto moderado assim o presidente quase vitalício da federação empresarial fluminense não vai dar seu aval. Alega que o documento é “ato político” crítico a Bolsonaro! E que a entidade que preside “não pode ter posição política e partidária”. A Confederação Nacional da Indústria (CNI) e o Instituto Aço Brasil também se recusam a assinar.
Com isso, coonestam a escalada autoritária e golpista do capitão e seus generais palacianos. Respaldam as atrocidades do atual (des)governo, flertam com o neofascismo. Serão cobrados por isso.
Lembrei de um filme clássico, fantástico, de Ingmar Bergman (1918-2007), o grande cineasta sueco: “O ovo da serpente” (1977). O cenário é o da ascensão do nazismo na Alemanha, nos anos 20 do século passado.
A certa altura, um Krupp (da família dona da poderosa metalúrgica) afirma: “o nazismo está crescendo graças ao nosso dinheiro e ao nosso medo”.
Aprendamos as lições da História. Quem se omite é cúmplice.