PARA NÃO DIZER QUE NÃO FALEI DOS LIBERAIS CONTRA A VACINA COMPULSÓRIA

Por Wilson Gomes

PARA NÃO DIZER QUE NÃO FALEI DOS LIBERAIS CONTRA A VACINA COMPULSÓRIA – por Wilson Gomes

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Imagem: reprodução da internet

Dentre os morbos intelectuais surgidos na pandemia, o “liberal contra a vacina obrigatória” é um dos mais repugnantes. Primeiro, porque é um engodo, não há como derivar consequentemente do Liberalismo a ideia de que ninguém deve compulsoriamente tomar uma vacina que evite que ele mate os outros. Segundo, porque é a caricatura de Liberalismo que os antiliberais adoram.

Rodrigo Constantino é uma dessas figuras. Ele está para o Liberalismo como os comunistas de Facebook estão para a Democracia. Os caras antes falavam de comunismo. Mas aí, desde 1989, a palavra ficou rançosa e ele resolveu trocá-la por “democracia”, mas continua com o mesmo conteúdo. A turma de Constantino era a de trogloditas que odeiam pagar impostos e que o Estado lhes impeça de passar por cima dos outros, mas aí foi tanta crítica que ele resolveu se esconder no rótulo “liberal”. Mas é o mesmo conteúdo. Os primeiros se vendem como democratas, mas creem mesmo é na fórmula “democracia ≤ socialismo”; o segundo fala em Liberalismo, mas a definição que dá é da… adolescência.

Sim, pois quando você não pode ser contrariado, tem que poder fazer tudo o que quiser, a sua vontade vale mais do que o direito dos outros, e não reconhece autoridade, o nome disso é adolescência revolts. Liberalismo é outra coisa.

Para esses “liberais”, o Liberalismo não foi inventado para enfrentar o Absolutismo, garantindo que na vida em sociedade, as liberdades e os direitos não fossem esmagados por tiranos. O liberalismo de Constantino foi inventado por adolescentes, para nunca mais precisar tomar banho, obedecer regras, ir à escola, sair do quarto, e, vacinar-se.

O cara que se sente “liberal” por defender a liberdade de alguém não tomar vacina contra a Covid é só um idiota mesmo. Bem, se o antivacina prometesse morrer (e deixar o dinheiro para custear a própria cremação) antes de contaminar qualquer pessoa, aí sim seria um caso em que a liberdade individual deveria ser considerada. Só nesse caso. Se Constantino topar, estou do lado dele.