Em 7 de abril de 1831 o 1º imperador do Brasil abdicou do trono. Entre outras razões, a renúncia de D. Pedro I deveu-se à opinião crescente de que ele estaria por trás do assassinato de Líbero Badaró, ocorrido em 20 de novembro do ano anterior.
Pedro I tinha pendores absolutistas e reinava com autoritarismo crescente. Badaró era um jovem jornalista de origem italiana, com formação em Medicina e Botânica. Entusiasta das ideias liberais que revolucionavam o mundo da época, veio para o Brasil em 1826.
Depois de dois anos no Rio, dedicando-se inclusive ao combate à varíola, transferiu-se para São Paulo. Idealista, escrevia artigos em “O Farol Paulistano”, 1º jornal impresso da capital da província de SP, então com 9 mil habitantes (o Brasil tinha cerca de 5 milhões).”
Líbero Badaró, além de dar aulas na recém inaugurada Faculdade de Direito do Largo de São Francisco, fundou seu próprio jornal, o “Observador Constitucional”. Ali se exercia a crítica ao governo, “mui francamente, sem deixar de fazer o louvor”, quando fosse o caso.
A opinião de Badaró incomodava os poderosos de seu tempo: “Se não é a liberdade de imprensa que faça chegar aos ouvidos dos imperantes o gemido dos oprimidos, qual será outro meio?” – indagava em sua publicação.
Badaró foi assassinado com um tiro em 22 de novembro de 1830, quando chegava à sua casa (antiga rua S. José, hoje Líbero Badaró, SP). No século XX, a ABI – cujo aniversário de 113 anos é comemorado hoje – o reconheceu como símbolo do jornalismo independente e propôs essa data de 7 de abril em sua memória.
Um estudante admirador de Líbero Badaró registrou suas últimas palavras, antes de suspirar: “Morre um liberal, mas não a liberdade”.
De gente com sanha assassina e governantes com tendências autocráticas estamos cheios. De liberais autênticos, que não transigem com o autoritarismo, o conservadorismo ou são submissos ao “Deus” mercado, estamos precisados. Bem como de jornalistas livres, que combatam as fakenews. Que se reportem sempre à realidade, com suas contradições, dando especial atenção às maiorias sem voz e, quase sempre, invisibilizadas.
Parabéns aos que fazem o bom jornalismo, independente, nas redações da velha e boa imprensa, nos estúdios de rádio e TV, nos pequenos escritórios das redes virtuais, em oposição aos gabinetes de ódio que teimam em matar os “líberos”!
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