São 270 policiais da PM e da Civil de Goiás. Mais 50 da PM e da Civil do DF. Mais 70 da PRF. 20 da PF. 30 da Guarda Nacional, que são a “elite” das PMs de todos os estados.
Ainda estão sendo usados 6 helicópteros (mais que a frota policial do segundo estado mais rico do país) e 50 viaturas. São 1000 armas separadas para essa operação. Batalhões com cães farejadores de dois estados. Drones, dezenas de aparelhos de visão noturna e sensores de calor.
Nas duas fazendas invadidas, os moradores tinham armas. Elas foram tomadas deles. Num cerco feito com 100 policiais fortemente armados, dos batalhões “especiais”, não só deixaram fugir como um policial ainda levou um tiro na cara.
O governador, conservador, liberal e armamentista, já começou a se defender dizendo que não é possível medir o fracasso da polícia, e que não deve explicações sobre o uso monumental de recursos públicos. Patentes altas do militarismo andavam coalhados de medalhas atrás dele. Medalhas de que? Não conseguem pegar UM ÚNICO assassino.
Enquanto isso a polícia invadiu templos religiosos de matriz africana e divulgou inverdades que, além de tudo, prejudicaram as buscas. Coagiu e tomou câmeras da imprensa que ousou mostrar sua ineficiência e seus abusos.
Outro dia postei aqui: 100 bilhões por ano pra isso. BIlhões, não milhões. No Rio, a capa do projeto de orçamento de 2022 estampa um policial militar. 70% dos assassinatos sem resolução. Mais de 90% de fracasso investigativo. Milhares de assassinatos anuais. Custo de até metade da folha salarial do setor público. E recentemente alçados a políticos, igualmente improdutivos nessa área.
Como alguém atuante na política eu já me acostumei a antecipar desculpas e mostrar que fujo à média dos colegas de categoria. Se eu trabalhasse na segurança pública brasileira, ou nas forças armadas, que emprestam a lógica militar, me absteria de medalhas, uniformes e correria para me diferenciar. Como não trabalho nelas, apenas aponto sua absoluta ineficiência e prejuízo para o Estado Democrático de Direito.