Há uma insistência de determinado campo na esquerda/centro-esquerda de caracterizar o governo Bolsonaro como a repetição do fascismo, do início do século passado.
Seguramente, uma esquerda que não leu o 18 Brumário de Marx ou o esqueceu.
Neste genial e insuperável texto, Marx tratava de elencar os rituais caricatos de Luís Bonaparte e advertia que a história não se repete- a não ser como farsa.
Bolsonaro e sua horda, seguramente, gostariam de repetir os feitos dantescos do fascismo.
Ocorre que não há realidade objetiva, tampouco e principalmente envergadura política e pessoal, para tal feito.
A recente decisão do STF contrariando a base do fundamentalismo religioso- embora, não apague a constante leniencia da Suprema Corte, diante dos malfeitos do governo genocida- evidencia fissuras no bloco de cima e portanto, dificuldades para a imposição da totalização do regime.
Ocorre que, não obstante, tantas diferenças e incongruências, para determinado campo político importa apagar as lacunas para conseguir defender a idéia da Frente Amplissima- o que inclui a burguesia supostamente civilizada – contra o inimigo comum.
O resultado já sabemos : em nome do “cidadão abstrato”, morre o “sujeito concreto”.
Ou seja, em troca da defesa da democracia abstrata, entregamos direitos concretos de igualdade real.
Sai Bolsonaro. Fica o programa econômico recessivo ?
É isto mesmo?