No mundo, o WhatsApp já é utilizado por quase metade da população mundial, a despeito dos que são excluídos digitais.
O aplicativo WhatsApp está disponível em 180 países e 60 diferentes idiomas e em janeiro de 2020 tinha atingido 5 bilhões de instalações apenas pela Google Play Stores.
No Brasil, segundo pesquisa Panorama Mobile Time/Opinion Box, o WhatsApp está instalado em 99% dos celulares, 95% deixam o aplicativo na tela inicial do celular que é utilizado diariamente por 93% dos brasileiros.
No mês passado, nós usuários deste aplicativo, ficamos espantados com o pedido da companhia Facebook, sua proprietária, para autorizar o compartilhamento de seus dados com aqueles do seu aplicativo FB. Não é difícil intuir que sem regulação, a autorização parece pró-forma, porque eles já fazem isso. Independente de autorização, tudo que está no WhatsApp já é controlado pelo Facebook.
Seus especialistas em algoritmos já confirmaram essa captura de dados que se transformaram na commodity de maior valor no mundo. Por isso, muitos correram para outros aplicativos concorrentes, em especial o Telegram e/ou Signal.
Fato é que o labirinto da vigilância sobre os nossos dados, hoje controla não apenas quem somos, mas o que seremos.
A linguagem das técnicas entre padrões e protocolos com fins de controle e manipulação envolvem a constituição de uma cultura hegemônica que está vinculada à ideia do “sujeito neoliberal que se faz por si próprio” (Dardot & Laval), reproduz a egolatria, o narcisismo e a determinação da “obediência coletiva”, vivida pelo servo em relação ao senhor tecnofeudal que está reproduzindo a colonialidade passiva do presente.
Adiante, falaremos um pouco mais do papel da dimensão da linguagem (cadeias semânticas, mídiuns digitais) que produz a atual “cultura hegemônica” com análises da pesquisadora da área de linguagens, Luciana Salazar da UFSCar.
A linguagem, a semiótica têm papel fundamental na direção que vem sendo dada aos algoritmos e à inteligência artificial que nos aprisionam à dominação tecnológica-financeira-política do capitalismo de plataformas, enquanto meio de produção e de comunicação na contemporaneidade.