Não há ser humano na face da terra que aguente o tranco de organizar a casa, fazer o almoço, janta, cuidar dos filhos, passar pano na casa, lavar banheiro, colocar roupa na máquina, estender, guardar, TRABALHAR, se virar nos 30, se revirar, sem que a saúde mental, física, emocional sejam comprometidas.
Geralmente chegamos ao final do dia com sensação de fracasso, de que deveríamos ter mais braços, ser de aço. Chegamos ao final do dia em débito. Especialmente com nós mesmas.
Cabelo sempre preso.
Algo público e notório é que as mães sempre se deixarão por último. Ao invés de se aproveitar dessa vulnerabilidade emocional das mães, observe. Não é à toa que vem tensão, sobrepeso, dores musculares, doença. Auto cuidado em declínio da nisso.
E a conta chega. Nos tornamos insuportáveis. Chorosas, estressadas, sem paciência, sobrecarregadas, doentes. Tem dias que dói na alma sentir que somos impotentes, insuficientes, que não estamos dando conta de tudo.
Mal sabemos que nos cobramos o sobre-humano. Que na verdade, não é que não damos conta. É que não tem como dar conta.
Muitas de nós seguimos tentando o impossível.
A interminável sensação de ter o que fazer e estar devendo algo são insuportáveis. Nos sufoca. E o que muitos não sacam é que não é sobre “impotência”, é sobrecarga. É o que alguns dizem por aí ter transformado mulheres lindas e maravilhosas em pessoas insuportáveis. Cobrando mais ao invés de ajudar e de perceber esse pedido de ajuda deslocado.
Exaustão, pessoal. Esse é o diagnóstico. É a consequência de aceitar fardos. De fazer mais do que pode, consegue e suporta. Esse é o mundo das mulheres insuportáveis. Um mundo sem rede de apoio. De não saber dizer “não”.
Exaustão pode virar depressão, estafa, doença física. É preciso cuidado com as mulheres “insuportáveis”. Elas podem estar por “um fio”, implorando por um braço estendido disposto a ajudar.
Observem. Ajudem. Cooperem. Enxerguem-nas.