Por Katia Gerab Baggio
A vitória de Luis Arce, conhecido como Lucho, ex-ministro da Economia dos governos de Evo Morales (para a Presidência), e de David Choquehuanca (para a Vice-Presidência), nas eleições de ontem (18 de outubro) na Bolívia, ambos do MAS-IPSP (Movimiento al Socialismo – Instrumento Político por la Soberanía de los Pueblos), ainda aguarda a confirmação oficial, mas já foi reconhecida pelas oposições.
Esta vitória, depois do golpe de Estado civil-policial-militar de novembro de 2019, tem um enorme significado para a Bolívia e para toda a América Latina. É uma mensagem de esperança para todos os que lutam contra o avanço de projetos políticos direitistas no continente, que atacam e destroem os direitos sociais e trabalhistas.
Resta aguardar os desdobramentos da vitória de ontem do MAS-IPSP. Segundo os resultados das pesquisas de boca de urna, foi uma vitória contundente, em primeiro turno.
Pelos resultados preliminares, o MAS-IPSP também conquistou, nas eleições de ontem, a maioria na Asamblea Legislativa Plurinacional de Bolivia, o Congresso boliviano, nas duas casas legislativas: Câmara de Deputados e Câmara de Senadores.
A maioria da população boliviana deu uma demonstração, ontem, de que deseja reconstruir a democracia, a soberania popular, a soberania nacional e os direitos das maiorias indígenas e mestiças.
Por Chico Alencar
A direita fez de tudo e seus extremistas promoveram o golpe, com apoio das polícias e das Forças Armadas. Desrespeitaram as eleições, mataram quem resistia, caçaram militantes, expulsaram Evo Morales, impuseram um governo fantoche.
O Movimento Ao Socialismo, que tinha e tem maioria parlamentar, tudo suportou, inclusive humilhações covardes contra seus dirigentes, cobrando o essencial: a soberania popular. Poder legítimo só aquele derivado das urnas, como reza a Constituição da República da Bolívia.
Pois as eleições, afinal, aconteceram ontem. Até a presidente golpista reconheceu a vitória, em 1o turno, de Luis Arce (57 anos, economista), como apontam as pesquisas de boca de urna
.A direita, que fez um esforço para se unir em torno do candidato Mesa (ex-presidente), foi derrotada. Talvez tentem, como é de sua índole, burlar, golpear, não reconhecer (como Trump ameaça nos EUA, ineditamente). Mas mais fortes são os poderes do povo!
De La Paz e de todo o Estado Plurinacional da Bolívia vem a boa nova: as forças progressistas e democráticas conquistaram uma vitória histórica! Os golpistas neofascistas vão pro limbo, pra lata do lixo, pro seu lugar de minoria elitista e reacionária. Tentaram, usurparam o poder à força, mas não prosseguirão no seu projeto antipopular de destruição.
Nuestra America não terá suas veias abertas sangradas o tempo todo!