Aproveito o momento pra repetir a pergunta que faço sempre que o assunto vem à tona: caso haja alguma restrição à estabilidade dos servidores públicos, será depositado o FGTS retroativo dos 11 milhões de servidores públicos? Isso vai contar como despesa corrente? Vai ser contabilizado no teto de gastos?
Além disso, o reajuste anual na data-base será garantido? Pois, não sei se é de amplo conhecimento, mas servidores públicos, em geral, só têm reajuste salarial (mesmo que seja para compensar a inflação) após longas e desgastantes greves. Sim, isso mesmo, sem greve, sem reajuste. No momento os servidores da educação do executivo federal estão com os salários congelados desde 2015, o que significa uma perda de 30% do salário para a inflação.
Mas, olha, se não houver FGTS ou reajuste garantido e insistirem no fim da estabilidade, o que está posto é que brasileiros serão punidos por serem aprovados em concursos públicos, punidos por tomar posse e assumir um cargo para o qual foram selecionados. Isso é um gigantesco absurdo, que é tratado como normal por figuras como Bolsonaro, Paulo Guedes, Rodrigo Maia, além de toda a máquina do grande jornalismo nacional.
A iniciativa privada paga mal, e o governo quer pagar mal também. Teremos uma bela receita de país, onde ganhar mal, não ter direitos e viver com medo é o projeto de desenvolvimento nacional. Deprimente. E vai custar caro pra você também, onde quer que você esteja.
José Sillos atua como Técnico da Educação Federal;
EXTRA: Veja também o vídeo do Professor Ricardo Marcílio sobre o tema:
Entenda a Reforma administrativa: fim da estabilidade do servidor público?
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