Muitas têm sido as postagens de gente dizendo que fulano ou beltrano recebeu as duas doses e morreu. E a pergunta: como pode isso? É preciso explicar.
1 – A vacina não previne a doença em 100%. A prevenção está em 50%, uma porcentagem ainda muito alta para um possível contágio.
2 – A vacina ajuda a pessoa a enfrentar a doença se ela vier a contrair e há 95% de chance de a pessoa não ficar gravemente enferma. Isso significa que há 5% de chance de ficar bem ruim e morrer. Ainda é uma porcentagem significativa.
3 – Essas taxas de imunização se devem ao fato de ser a primeira geração da vacina. Ainda há um caminho a percorrer até os 100% de eficácia, ainda mais levando em consideração o surgimento de novas cepas da doença.
4 – Portanto, tomar as duas doses da vacina não imuniza a pessoa totalmente e não impede que ela pegue a doença – e inclusive a transmita – mesmo que seja assintomática.
5 – Estamos muito no começo do processo de enfrentamento desse vírus e todos os cuidados devem permanecer. O cuidado com a limpeza, o álcool gel, a máscara. A batalha está longe de ser vencida.
Ontem assisti na Telesur o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, cercado de seus ministros de saúde, da cidadania e de vários cientistas, fazer essa longa conversa com seu povo, ao vivo e em rede nacional. E ele lembrava ainda do perigo que o Brasil tem sido para a América Latina visto que a ineficácia do governo brasileiro no enfrentamento tem sido a causa das novas cepas que já chegaram a outros países, inclusive a Venezuela.
A batalha contra o coronavírus que estamos dando por aqui, com o trabalho incansável dos pesquisadores e dos trabalhadores da saúde está bem longe do fim. Sendo assim, o que nos resta é cada um cuidar da sua família e do seu entorno. Não dá para se largar nas cordas por conta de ter sido vacinado. Ainda não estamos totalmente seguros. Portanto, cuidem-se, cuidem-se e cuidem-se.