Proponho o contrário: a gente transforma cada quartel do país em um centro multiuso de arte, em um espaço para aulas de dança, de oratória, de poesia e de capoeira. Cada centavo gasto em armas será revertido numa bolsa de pesquisa de iniciação científica. Cada pensão de alto escalão é agora o salário de um(a) professor(a), com direito a ajuda de custos para livros e atividades culturais! Os soldados vão servir, durante um ano, como monitores, dispostos a ensinar e a aprender uma profissão. Pode ser de área técnica (digamos, marcenaria), pode ser da área acadêmica (digamos, Libras).
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Nesse plano ousado, ao invés de cantar os hinos parnasianos, a comunidade militar vai participar de debates (com atenção a propostas práticas e ao desenvolvimento de projetos sociais) sobre ética, moral, sexualidade, história do Brasil, saúde mental e direitos humanos. Ao invés de manter uma força policial, haverá um exército de peripatéticos empenhados em aplicar – com força e peso de lei – a maieutica.
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Vocês vão me responder que esse é um plano ingênuo. E quer saber? É MESMO! Quem iria defender nossas fronteiras? Quem iria mapear o espaço aéreo e a costa marítima do país? Quem iria resguardar os direitos à “terra, paz e liberdade”?
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Cada instituição tem seu papel, as suas especificidades, o seu PROPÓSITO e razão de ser. Esse plano soa tão absurdo, porque mistura duas coisas, deformando completamente o âmago (em consequência, a funcionalidade) de atividades essenciais para a “manutenção” da nossa sociedade. Por essa ordem, é tão impensável uma escolarização dos quarteis quanto uma militarização das escolas.
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Então eu peço, respeitosamente, aos militares e aos governantes do meu estado: mantenham o Exército nos quartéis e deixem que nós, PROFESSORES(AS) e AGENTES EDUCACIONAIS, cuidemos da escola pública.
EXTRA
INTERPRETAÇÃO DE TEXTO #1: “PELO MEU HISTÓRICO DE ATLETA”
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