erminei de ler hoje o primeiro volume da obra de Álvaro Vieira Pinto: “O conceito de tecnologia”. Mais de 600 páginas. Agora inicio o segundo volume com outras tantas 800. É uma obra prima.
Fico pensando como é que a gente não estuda esse homem desde o segundo grau? Como é que não se lê esse homem num curso de Jornalismo, de Ciência da Computação, de Medicina, em todos os cursos?
É um trabalho de uma riqueza sem fim. Cada capítulo evoca um mundo, cada subtítulo, outros tantos. É impossível ler sem quebrar a cabeça, queimando os neurônios. É impossível não ficar num diálogo doido com a gente mesmo, pensando sobre a realidade.
O cara fez um tratado sobre a tecnologia que é de uma beleza, uma originalidade, uma simplicidade e uma belezura sem fim. A internet ainda não existia e ele já dava a letra sobre como a gente tem de enfrentar esse tempo. Para ele, não estamos em uma era tecnológica. Todas as eras são tecnológicas e em cada tempo os homens e mulheres criam tecnologias para melhorar a vida de todos.
A máquina não domina o homem, é o homem que a domina e, com ela, domina o mundo. O que atrapalha é o capitalismo que faz com que uma meia dúzia se aproprie do conhecimento humano e o privatize, privando a maioria das conquistas que são da humanidade.
Ele ainda mostra como os países ricos impõem a tecnologia como se fosse deles, gerando o atraso da periferia, mas também mostra como é possível a um país dependente escapar da escravidão tecnológica e desenvolver sua própria tecnologia, com seus próprios meios.
Olha, eu recomendo: não morra sem ler esses dois volumes. Ainda não li o segundo, mas pelo primeiro só posso intuir que vai ser mais uma dança louca e apaixonante com o conhecimento.